quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

.....O Sexo do Piolho.....




Ele fez carreira 

Em minha nuca 


Dei um tapa certeiro 


E ele caiu em meu colo 


Tentei saber se macho 


Ou se era fêmea como eu. 


Mordi, alisei, bati 


Condenei...


Ele negava morrer. 


Meu pai gritava 


"Para com isso menina"


E minha vontade crescia. 


Peguei uma cadeira 


Deitei ele no chão 


E o matei no liquidificador. 


Era madrugada 


E eu já tinha sono 


A tevê ligada não calava 


A sanidade da verdade. 


Eu não quero saúde 


Quero a incerteza da vida 


Fingir que é tudo cor. 


Ergui a cadeira, abri o liquidificador 


Ele ainda vivia. 


Peguei o piolho 


Devolvi ao meu escalpo 


Afinal, braveza é comigo mesmo!

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